Porta se abre. Dono - Blaeuui ahhh. Huul. áaaa ei ouuuuuu ounnnnn ounnnn aaaunnnnn.
Acho graça e abano o rabo. Ele me acaricia. Gosto. Também estou feliz por que é nessa hora que este Ser de outra espécie (que não faço a menor idéia de como pensa ou o que o move) me alimenta. Agora já dou pulos de alegria, minha fome será saciada. Não sei porque, mas ele gosta que eu sente antes de entregar a ração - ele deve ter aprendido esse truque em algum programa de TV - assim sendo tão logo me sento.
Estou devorando minha refeição. Ops. Acabou. Deito-me apenas. Olho a rua apenas. Brinco apenas. A vida para mim é o agora. Não me arrependo do passado ou preocupo com o futuro.
Dono saindo. Já vi essa cena antes. Será? Vou até o portão. Ele faz carinho. Ele foi. Agora vou fazer outra coisa. Não penso nisto, faço.
Estou descansando. Tem certa hora do dia em que sempre faço isso. É quando o calor tá intenso. Dono chega. Faz carinho. Brinca um pouco. Depois entra no seu mundo. Permaneço no meu (acho que chamam quintal).
Depois disso simplesmente sai. Retorna num outro momento. É quando me alimenta novamente. Fico feliz. Mas não penso nisso. Não busco isso. Aceito as coisas como são. Aceito minha condição. Sol se põe. Fim de mais um dia. Agora posso voltar a ser eu. posso voltar a ser cão, sem qualquer tipo de humanização.
Essa minha vida é de cão.
O texto tinha uns erros grosseiros. Não revisei depois de escrever. Acho que ficou um pouco melhor.
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